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VERT Explica

Qual é a relevância do trabalho de Gestão dentro de uma emissão?

15/12/2022

Aline Carvalho e Felipe Rogado, heads de Gestão na VERT, contam como funciona a participação diária do time de Gestão dentro de um operação de crédito estruturado

Para que tudo ocorra bem na emissão de um instrumento de crédito estruturado (CRA, CRI, FIDC, debêntures etc.), desde o momento da estruturação até sua data de vencimento, existe o trabalho de vários times envolvidos — Sales, Estruturação, Jurídico, Controladoria, Processamentos, Tecnologia, entre outros — hoje, vamos falar especificamente do time de Gestão. Afinal, você já deve ter se perguntado: qual é a relevância do trabalho de Gestão dentro de uma emissão?

O objetivo da área de Gestão é centralizar tudo o que diz respeito a operação, assim que ela for liquidada. Mas, Aline Carvalho, head do time de Gestão de Secs Financeiras da VERT, explica que o acompanhamento começa muito antes: “Oficialmente, nós somos responsáveis pela emissão a partir da data da liquidação, mas começamos a acompanhar ainda durante o processo de estruturação, isso acontece porque é importante contribuirmos com alguns pontos, como suporte na revisão de documentos, dúvidas sobre o fluxo operacional e colaborarmos com o nosso ponto de vista, já que é o time de Gestão que ficará responsável pela elaboração dos relatórios mensais e quem cuidará da operação durante a vida útil dela”.

Felipe Rogado, head da área de Gestão, esclarece que nem sempre uma emissão será estruturada pelo time de DCM interno da VERT, podendo, por exemplo, ser estruturada por um time de DCM externo, mas independente de quem tenha sido responsável pela estruturação, a VERT fica responsável pela gestão da operação, então sempre haverá a participação desse time.

Em relação ao dia a dia da emissão, Rogado conta que cada instrumento funciona de uma forma e isso exige desenvoltura, adaptação e conhecimento do time, “nós temos, por exemplo, emissões com lastros corporativos e pulverizados, e dentro dessa divisão temos setores diferentes e cada operação tem suas características, que possuem ou podem incluir: diferentes critérios de elegibilidade, condições de cessão, covenants e indicadores de monitoramento. O time de Gestão é responsável por garantir que todos os controles e monitoramentos estão sendo acompanhados e executados de forma correta e conforme previsto nos respectivos documentos”.

Além disso, por ficar responsável pelo cuidado diário da operação, todo e qualquer problema deve passar por Gestão. “Claro, tem muitas situações que o time de Gestão não atende diretamente, mas é ele que fará essa ponte com os times que poderão solucionar a questão, como quando há uma demanda de revisão de documentação, nesses casos nós direcionamos internamente para o time de Jurídico e fazemos o acompanhamento. A mesma coisa vale para todas as áreas internas que participam de alguma forma da operação ou parceiros externos”, explica Aline Carvalho.

Quando uma operação é liquidada, ela possui fluxos operacionais que são acompanhados pela área de Gestão. Por exemplo, para uma operação de debênture financeira, dentro do período de alocação, há a compra dos títulos de dívida que farão parte da carteira e, para compor esse fluxo de compra, existe o fluxo de cessão, onde acontece a verificação dos critérios de elegibilidade desses títulos, checagem de caixa, entre outros pontos que precisam ser avaliados. Atualmente, essa verificação é realizada em conjunto com o time de Processamentos.

Após a liberação, o time de Gestão formaliza a compra da carteira, através da assinatura de um termo de endosso, passando então as informações para o time de Coordenação e Liquidação realizar os pagamentos. Quando visualizado de fora, parece que três times estiveram envolvidos nessa etapa, mas também há a participação de um quarto elemento: tecnologia.

Quando surgiu a necessidade da participação do time de tecnologia dentro de uma emissão?

A participação da área de Tecnologia no processo das emissões surgiu a partir da necessidade de concentrar e automatizar as informações das carteiras, que estão cada vez maiores. “Temos casos de carteiras de mais de R$ 1 bilhão, que podem ter tickets de R$ 5, R$ 10 até R$ 100 mil, R$ 250 mil, tendo tranches de liberação muito mais volumosas. Quando essa carteira está totalmente composta, ela fica muito maior do que os recursos que utilizávamos no passado podiam suportar. Essa foi uma das razões para o time de tecnologia ficar cada vez mais próximo dos processos de gestão, com a intenção de facilitar o dia a dia e viabilizar os processos”, relata Carvalho.

Com isso, a VERT integrou um time de tecnologia e criou uma estrutura de banco de dados, que é gerenciada pela área de Processamentos e de Engenharia de Dados. A automação dos critérios de elegibilidade, por exemplo, facilitou o dia a dia do time e permitiu a centralização de informações.

Aline explica que a nível de risco isso é muito importante porque as informações sensíveis não chegam em Gestão de forma direta e não são manipuladas manualmente, “então, em termos de LGPD, nós estamos cobertos e levamos mais segurança para os tomadores e para a originadora, já que o processamento fica todo registrado e a chance de ter erros é muito menor. Além disso, ganhamos tempo. Conseguimos liberar tranches muito maiores em um espaço menor de tempo. Por exemplo, para carteiras menores, conseguimos fazer a liberação em minutos”. Rogado complementa dizendo que a tecnologia possibilita a entrega de informações ao mercado de forma cada vez mais segura, transparente e confiável, “é algo que sempre colocamos como prioridade dentro da VERT”.

E sobre o relatório mensal, quais são as informações fornecidas aos investidores?

A área de Gestão faz o monitoramento de alguns índices, como índice de cobertura, de liquidez, de inadimplência e subordinação, e monitoram a performance da carteira, para entregar aos investidores exatamente aquilo que eles precisam saber sobre o desempenho da operação.

“Uma das nossas responsabilidades é comparar a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos da operação, ou seja, de forma resumida, quanto deve ser pago ao investidor versus quanto a operação tem a receber do pagamento dos direitos creditórios. Se isso estiver dentro do que foi estipulado na estruturação, normalmente a carteira estará com uma performance positiva. Essas informações também são fornecidas nos relatórios mensais”, exemplifica a head de Secs Financeiras.

Felipe Rogado expõe que independentemente de estar previsto na documentação ou não, o time também tem o cuidado de acompanhar a performance da carteira como um todo, olhando para certos indicadores a fim de tentar se antecipar e evitar eventuais problemas futuros. “Tivemos muito essa iniciativa durante o período da pandemia, principalmente porque foi um período mais desafiador para alguns setores, como por exemplo, as fintechs. Devido ao cenário econômico, as carteiras não tiveram o mesmo desempenho que costumavam ter e esse acompanhamento fez toda diferença, colaborou para que tivéssemos um panorama melhor da situação e conseguíssemos mapear possíveis desenquadramentos de forma mais rápida e assertiva. Além disso, a partir dessas informações, conseguimos conversar com as próprias fintechs para entender os motivos da piora e buscar alternativas de forma antecipada para que operação continuasse rodando sem entraves”.

Rogado conta que o time de Gestão é incentivado diariamente a exercitar a análise crítica, “o que possibilita que avancemos cada dia mais na proposta de encontrar soluções rápidas, eficazes e inovadoras, além de dar cada vez mais segurança aos investidores”.

Aline Carvalho complementa dizendo que um diferencial do time de Gestão da VERT é o fato de serem analistas que gostam de tecnologia e que possuem interesse em entender como ela pode ser aplicada no dia a dia de Gestão para facilitar os processos. “Além disso, tem a questão do ownership da operação, não existe problema sem dono. Se não tem dono é de Gestão. Nossos analistas são pessoas críticas, questionam e encontram soluções práticas para possíveis entraves que possamos encontrar no caminho”, completa.

Marlana Zanatta Rodrigues

Palavras-chave

Gestão, Tecnologia, securitização

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