O mercado de capitais registrou R$ 514,9 bilhões de ofertas neste ano, montante 67% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
O mercado de capitais registrou R$ 514,9 bilhões de ofertas neste ano, montante 67% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Apenas em novembro, foram R$ 57,9 blhões em ofertas, incremento de 54,3% em relação ao mesmo mês de 2020.
Os dados são do boletim Anbima, divulgado recentemente. Segundo o levantamento, as debêntures vêm mantendo um papel de destaque como o instrumento de maior captação no segmento. No ano, o volume foi de R$ 224,7 bilhões, correspondendo a 44% do montante total. “Essa performance foi impulsionada pelo ciclo de alta dos juros que indica aumentos na taxa Selic até pelo menos o primeiro semestre do próximo ano”, destacou a Anbima.
Além disso, os demais ativos de renda fixa apresentaram boa performance em relação ao mesmo período do ano anterior. Os CRAs, por exemplo, captaram R$ 18,5 bilhões neste ano contra R$ 10 bilhões em 2020, um crescimento de 84%. Os CRIs, por sua vez, dobraram o volume captado (R$ 26,5 bilhões contra R$ 13 bilhões) enquanto os FIDCs registraram elevação de 80% (R$ 57 bilhões contra R$ 32 bilhões).
O ano de 2021 trouxe acontecimentos que desafiaram os mercados imobiliário e de agronegócio, destacou o portfolio manager de FIIs da Galápagos, Felipe Solzki. Se no início do ano a perspectiva era positiva, com a expectativa sobre a retomada das atividades em relação à pandemia, aos poucos o sentimento foi dando lugar a incertezas com a chegada da segunda onda da covid-19 na Europa e, posteriormente, no Brasil.
“A taxa de juros estava em baixa, em torno de 2%, e o setor imobiliário surfava nessa perspectiva de recuperação. Durante o ano, porém, tiveram alguns eventos negativos para o mercado de capitais como um todo”, disse.
Além da pandemia e do aumento progressivo da taxa de juros, as discussões em torno da Reforma Tributária também foram outro importante balizador para o mercado imobiliário. Primeiramente, porque existia a expectativa de setores políticos de taxar fundos imobiliários — o que acabou levando a um stress no setor e a uma pontual queda. No texto inicial da proposta, os FII eram taxados em 15%. Agora, a ideia é que o setor continue com rendimentos isentos de impostos.
Para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central o "risco fiscal", ou seja, as dúvidas sobre o controle dos gastos públicos, foi o grande responsável por elevar a estimativa de inflação para o patamar acima da meta nos anos de 2022 e 2023.
Na reunião que ocorreu na semana passada, a taxa básica de juros, a Selic, passou de 7,75% para 9,25% ao ano, — o maior patamar em mais de quatro anos. Para o fim de 2023, a taxa de juros deve ficar em 11,25% ao ano, acrescentou a autoridade monetária.
No mercado de agronegócios, o grande acontecimento do ano foi a aprovação do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). A expectativa para 2022 é grande para a utilização desse mecanismo de financiamento, acrescenta Solzki.
“Estamos preparados para atender tanto aqueles que pretendem continuar com o CRA quanto os que querem explorar as possibilidades do Fiagro”, disse, na ocasião, Victória de Sá, sócia-fundadora da VERT.
O Fiagro, como ficou conhecido, abarca múltiplas possibilidades dentro da cadeia agroindustrial e abre as portas para que investidores — mesmo os estrangeiros — apostem no setor.
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