Com eleições no horizonte, operações de securitização devem se concentrar no 1º semestre

Com as eleições presidenciais cada vez mais próximas de serem realizadas, a expectativa é que a maioria das operações do mercado de securitização acabem concentradas no primeiro semestre deste ano. A avaliação é dos gestores de Secs Financeiras e de gestão Middle da VERT, Carlos Martins e Renan Toffanin, respectivamente. Ao longo de 2022, a expectativa também é alta para que o número de deals da empresa siga em ritmo acelerado — a VERT teve um dos melhores anos de sua história em 2021.

“Ano de eleição é sempre um ano diferente no país. O primeiro semestre deve continuar bem forte em relação ao número de operações, como vimos em 2021. Já para o segundo semestre a expectativa é que dê uma segurada. A maioria dos deals deve acontecer neste primeiro trimestre”, afirmou Carlos Martins, gestor de Secs Financeiras da VERT.

No ano passado, a VERT participou de mais de 70 operações — muitas delas com empresas que já haviam realizado emissões com a securitizadora. Apenas no primeiro trimestre foram R$ 3,8 bilhões emitidos e distribuídos em 34 operações entre CRA, CRI, FIDC, debêntures financeiras e imobiliárias. A título de comparação, em 2016 a VERT trabalhou em duas emissões. No ano seguinte o número subiu para 18.

Até o momento, a disputa das eleições presidenciais está concentrada na figura do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo relatório assinado pelos analistas Ian Bremmer e Cliff Kupchan, da consultoria Eurasia Group, a expectativa de uma vitória de Lula poderá desestabilizar os mercados, dadas suas promessas de maiores gastos do Estado, e um Bolsonaro desesperado desafiará a legitimidade das instituições democráticas do Brasil, segundo informações do jornal Valor Econômico.

Por outro lado, a provável escolha do ex-governador Geraldo Alckmin para ser vice na chapa de Lula é vista pelos analistas que assinaram o relatório como uma indicação de que a gestão econômica do governo petista — se a chapa vencer a eleição — será mais pragmática.

Além da disputa eleitoral, o mercado de capitais deve seguir monitorando a alta da taxa de juros do país, a Selic. No final do ano passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu para definir a taxa básica de juros da economia. Foi o sétimo aumento seguido da Selic, que passou de 7,75% para 9,25% ao ano. No mercado de securitização, muitas das operações levam em conta a taxa.

Além disso, no final do ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou a Resolução CVM 60, sobre as companhias securitizadoras registradas na Comissão. As novas definições entram em vigor a partir do dia 2 de maio de 2022.

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