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ESG Leitura de Mercado

25/11/2021

Green Bonds passam por 'boom' na América Latina e no Caribe, sinaliza CBI

Cada vez mais no centro das discussões, a agenda ESG segue ganhando espaço e protagonismo no mercado de títulos verdes na América Latina e no Caribe.

Naiara Albuquerque
Jornalista na VERT Capital

Cada vez mais no centro das discussões, a agenda ESG segue ganhando espaço e protagonismo no mercado de títulos verdes na América Latina e no Caribe. É o que mostra o relatório "Análise do Mercado na América Latina e Caribe", publicado pela Climate Bond Initiative (CBI), com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Corporação Financeira Internacional (IFC). Até setembro de 2019, a emissão de títulos verdes foi de US$ 13,6 bilhões e, em menos de dois anos, saltou para US$ 30,2 bilhões ao final de junho de 2021.

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Segundo o levantamento, o uso dos recursos na América Latina e no Caribe está concentrado no setor de Energia, com 44% (US$ 13,2 bilhões de dólares) do valor acumulado emitido. Em segundo lugar está Transporte com 28% e Uso do Solo com 12%.

Também é possível observar um crescimento entre os títulos sociais e sustentáveis, com ​ US$ 18,3 bilhões em emissões acumuladas entre 2016 e o final do primeiro semestre de 2021. O relatório destaca o exemplo de alguns países que foram líderes para a emissão de títulos verdes – Chile (US$ 8,3 bilhões), México (US$ 3,7 bilhões) e Brasil (US$ 1,4 bilhão). O Chile também é o maior mercado de títulos sociais e sustentáveis ​​(S&S) da região (US$ 8,3 milhões).

Para Leisa Souza, Head na América Latina da Climate Bonds Initiative, um dos principais desafios, do lado das empresas, é o de entender o que pode virar um título verde. “No mercado brasileiro, estamos vendo um crescente apetite por títulos verdes e sustentáveis. E, do lado dos investidores, tem uma demanda bastante forte, tanto externa quanto interna. E toda essa movimentação de mercado mostra que o nosso mercado interno está bem mais maduro”, destacou.

Outro levantamento da mesma entidade intitulado “Análise do Mercado de Financiamento Sustentável da Agricultura no Brasil” mostra que os títulos e empréstimos verdes representam 84% do mercado brasileiro de dívida sustentável. “Desde a emissão inaugural no país em 2015, o mercado cresceu de US$ 564 milhões para US$ 9 bilhões”, o que faz do Brasil o maior mercado de títulos verdes da América Latina.

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Agro em foco

A agricultura responde por 5 a 18% do PIB em 20 países da América Latina e Caribe. O Brasil lidera este mercado como grande produtor e exportador de commodities agrícolas. "Apesar de outros países, como Argentina, Chile e México, também estando entre os principais produtores agrícolas, o Brasil liderou as emissões relacionadas ao uso de terras verdes na região, com um total de US$ 4,3 bilhões em 17 negócios”, segundo o levantamento.

Em outra ponta, o mercado de títulos verdes na região alcançou marcas recordes em 2020 e está no caminho para números semelhantes em 2021. A região viu emissões superiores a US$ 9,4 bilhões em 2020 (33% acima de 2019). Este desenvolvimento foi apoiado principalmente pela emissão soberana da República do Chile (US$ 3,8 bilhões) e por vários emissores do Brasil (US$ 2,5 bilhões). A República do Chile também teve o maior negócio individual de 1,3 bilhão de euros / US$ 1,4 bilhão de dólares em 2020. No geral, a emissão cumulativa de títulos verdes da região está em 30,24 bilhões de dólares em junho de 2021.

Hashtags: ESG, Green Bonds

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